O que é Melasma? Encontre Aqui um Guia Completo Sobre Manhas de Pele

O melasma é uma condição de pele bastante comum, que causa o surgimento de manchas escuras ou acastanhadas, principalmente no rosto. Essas manchas, que se assemelham a um mapa, costumam aparecer na testa, bochechas, nariz e buço. Embora não causem dor ou coceira, o melasma pode afetar a autoestima, mas, com o cuidado certo, é possível tratá-lo.

Filipe Freires dos Santos, Biomédico

9/11/20254 min read

O melasma, é uma condição cutânea crônica e comum que se manifesta principalmente com manchas escuras na pele, especialmente no rosto, devido à superprodução de melanina. Essa condição impõe desafios significativos de diagnóstico e tratamento.

Características das Manchas de Pele e Melasma Facial

As manchas de melasma usualmente se apresentam como áreas de pigmentação marrom-clara a marrom-acinzentada na pele exposta ao sol. Elas tendem a ser simétricas e aparecem tipicamente na testa, nariz, bochechas, ao redor do lábio superior e no queixo. Embora menos comum, também podem surgir em áreas não faciais, como antebraços, tórax e costas. O melasma segue um curso crônico e recorrente, mesmo após tratamento bem-sucedido, especialmente quando há exposição solar(1,4).

A hiperpigmentação é um termo mais amplo que se refere a qualquer condição na qual a pele apresenta áreas mais escuras do que o normal devido ao excesso de melanina. A avaliação clínica, incluindo o uso da lâmpada de Wood, pode ser útil para determinar a localização do pigmento (epidérmico ou dérmico) no melasma, principalmente em pessoas de pele mais clara. A dermatoscopia também é uma ferramenta complementar na avaliação do nível de deposição de pigmento(3,4).

Em contraste com o melasma facial, que possui um padrão de distribuição específico e simétrico, as fontes não detalham suficientemente a diferença com "queimadura solar" ou "manchas axilares e virilhas em genitais". No entanto, a exposição solar, um fator que pode causar queimaduras, é também uma das causas da hiperpigmentação em geral e um gatilho para o melasma.

Fatores Hormonais e Genéticos Associados a Estímulos Ambientais

O melasma é frequentemente ligado ou desencadeado por terapias hormonais. É significativamente mais comum em mulheres em idade reprodutiva, o que reforça a influência hormonal na condição.

Em termos de fatores genéticos, o tipo de pele de Fitzpatrick de um indivíduo pode influenciar o momento do aparecimento do melasma. Fototipos mais escuros (IV a VI) têm uma maior tendência a desenvolver manchas escuras na pele, incluindo o melasma e a hiperpigmentação pós-inflamatória(1,2,4).

A exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol é o principal fator etiológico para o desenvolvimento de câncer de pele, e, no contexto do melasma, a exposição solar excessiva e prolongada sem proteção adequada é um fator de risco primordial. Ela pode desencadear o melasma e contribuir para sua recorrência(3).

Estatísticas de Acometimento

  • Sexo: O melasma é mais prevalente em mulheres, com estudos indicando que até 80-90% delas podem ser afetadas em algum momento da vida.

  • Faixa Etária: A idade média de início do melasma é de cerca de 28 anos.

  • Prevalência: A prevalência global na população geral é de aproximadamente 1%, mas pode atingir entre 9% e 50% em grupos de alto risco(1,2).

Tratamentos Mais Indicados por Especialistas e Cosméticos

O tratamento do melasma é desafiador e muitas vezes resulta em respostas parciais e recorrências. Uma abordagem combinada e multimodal é geralmente necessária, adaptada às características individuais do paciente e à apresentação clínica do melasma.

  1. Fotoproteção (Protetores Solares de Uso Diário com Cor): A fotoproteção contínua e rigorosa é essencial para prevenir recorrências e manter os resultados do tratamento. É considerada uma medida de primeira linha no manejo do melasma. Embora as fontes não especifiquem "com cor" ou "para uso diário como maquiagem para ocultar as manchas", a importância do uso diário do protetor solar é amplamente enfatizada.

  2. Cosméticos (Hidratantes com Ácidos e Clareadores e Séruns de Lavagem):

    • Agentes Tópicos Clareadores: São as terapias de primeira linha para melasma.

      • Para melasma leve, recomenda-se o creme de hidroquinona 4%, aplicado uma ou duas vezes ao dia por 2 a 4 meses (podendo se estender até 6 meses), seguido de tratamento de manutenção.

      • Alternativas para pacientes que não toleram hidroquinona ou têm alergia incluem ácido azelaico, ácido kójico ou niacinamida. Vale ressaltar que o ácido azelaico é seguro para uso em mulheres grávidas.

      • Para melasma moderado a grave, um creme combinado contendo fluocinolona, hidroquinona e tretinoína (TCC) é preferível como tratamento inicial, aplicado todas as noites por 2 a 4 meses. A tretinoína é um retinoide derivado da vitamina A com ação comedolítica e anti-inflamatória.

    • Antioxidantes: Fazem parte da abordagem multimodal. O uso de agentes tópicos como a vitamina C também contribui para a prevenção do envelhecimento e melhoria da pele.

  3. Esfoliação do Rosto (Peelings Químicos): Os peelings químicos são terapias de segunda linha para pacientes com melasma que não respondem adequadamente às terapias tópicas. Eles aceleram a remoção do excesso de melanina. Os peelings de média profundidade são indicados para melasma dérmico ou misto, além de queratose actínica e cicatrizes de acne. No entanto, peelings profundos e lasers ablativos não podem ser realizados em fototipos mais altos (V e VI).

  4. Tratamento Medicamentoso Prescrito pelo Dermatologista (Outras Terapias Especializadas):

    • Ácido Tranexâmico oral: Também uma terapia de segunda linha para pacientes que não respondem às terapias tópicas.

    • Tratamentos com Laser e Terapias de Luz: Considerados opções de terceira linha, geralmente reservados para pacientes que não obtiveram melhora suficiente com tratamentos tópicos e peelings químicos. Devem ser administrados com extrema cautela, especialmente em pacientes com tons de pele mais escuros, devido ao risco de hiperpigmentação pós-inflamatória. A terapia a laser pode ser utilizada para correção de melasma.

É fundamental que os médicos adaptem as recomendações de tratamento às necessidades individuais de cada paciente, considerando a gravidade do melasma, a resposta a tratamentos anteriores e a tolerância aos agentes terapêuticos(1,2,3,4).

                                                                                                                Bibliografia

1. RIVITTI, E. A. Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti. 1. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2014. 748 p. ISBN 978-85-367-0236-0. E-book..

2. VIOL, Giovanna Antonelli Melo; MIRANDA, Marina Costa Dutra; SILVA, Marcelle Cristina da (Organizadoras). Dermatologia Clínica: Princípios e Práticas na Medicina Cutânea. 1ª Edição. Iguatu, CE: Quipá Editora, 2024. 155 p. ISBN 978-65-5376-349-4. DOI 10.36599/qped-978-65-5376-349-4

3. ANTONIO, R. J.; RC, A. Farmacodermias. Dermatologia Ibero-Americano Online, São Paulo, 2010.

4. AZULAY, R. D. Dermatologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.